quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

Entre(tanto) e quase nada - Casa Barbot/Casa da Cultura - Vila Nova de Gaia. Até 14 de Fevereiro



Entretanto, em vários momentos de longas viagens, onde o tempo é quase a mais para espaço a menos, vejo, sem nunca rever de igual forma, estes espaços que não contam história nenhuma. A passagem em si permite-me construir imagens imprecisas que procuro reconstruir. Agrupo estes lugares, dos quais dificilmente me esqueço, numa colecção de espaços onde nunca estou, não fico, não usufruo, não identifico. Pela sua dimensão, imensidão e fugacidade, pelo contexto do diálogo que estabeleço com eles, estes lugares surgem como espaços cheios de nada, de um vazio expressivo e sedutor. Interessam-me as histórias que não encontro e que invento, as imagens que, se já existiram, não deixaram vestígio, a ausência e o silêncio.

Entre tanto espaço e quase nada que o ocupa, aproprio-me de uma identidade que pouco existe, encontrando paisagens sem querer e sem me deter. O tempo que passa torna-se indissociável da evolução de um espaço para o outro.